Depois, partimos para avaliar o Twitter dos grupos da Oficina, o Overmundo1 e Overmundo2.
Também discutimos as questões de direito autoral na Web. Demos diversos exemplos de questões no meio e apresentamos a alternativa da licença Creative Commons. Falamos também de outras licenças.
No fim da última aula da Oficina, lemos um trecho de um texto do colaborador do Overmundo heraldo hb que condiz com o espírito desses quatro dias de aula:
CULTURA DIGITAL - Indo Além do Big Brother
Dia desses, a jovem cantora Pitty comentou numa entrevista que as pessoas quando pensam na Bahia, lembram logo de axé music e esquecem que há milhares de pessoas com outros gostos musicais morando por lá...
Agora ligue o canal da imaginação e tente pensar o que deve sentir um roqueiro baiano ou um vegetariano gaúcho; ou um piauiense que é tratado genericamente de “paraíba”.
E já reparou que até bem pouco tempo a televisão só tinha apresentadoras de programa infantil louras? Já reparou que todo oriental nas propagandas tem jeito de abobalhado? Todo motorista de carrão é branco? Todo nordestino é engraçado? Todo carioca mora em frente à praia... É isso mesmo?
Além disso, indo mais fundo: quando a mídia fala da sua cidade você já teve a sensação de que “não é bem assim”?
Todas essas perguntas e situações têm a ver com a forma com que a comunicação de massa funcionou durante a maior parte do século passado (principalmente a televisão). Além das notícias serem quase sempre das capitais (de algumas capitais), toda vez que se falava de alguma cidade, sempre soava estranho, com um olhar totalmente de fora. Quando se falava do interior, então, sempre se reforçava o lado pitoresco, folclórico, estereotipado...
E isso padronizava tudo: os pontos de vista, os pontos turísticos, os sotaques, os “tipos” de pessoas...
Mas a cultura digital aos pouquinhos tem conseguido sacudir esse modelo antigo e pesado. Principalmente com a popularização da Internet, cada vez mais nós conseguimos informações sobre os lugares vindo de pessoas DAQUELES LUGARES. Com os recursos ficando mais acessíveis, outras vozes estão conseguindo espaço para divulgar suas idéias, conceitos, produtos, pontos de vista.
E com o advento da web 2.0, as redes sociais e os sites colaborativos estão surgindo novos comunicadores, que vêm mostrando que a periferia e o centro estão cada vez mais embolados no meio campo.
Através de um blog, alguma merreca numa lan house e uma idéia na cabeça, uma pessoa pode hoje levar para o mundo a sua visão sobre sua cidade, seu gosto musical, sua tribo, suas propostas de crescimento. Um filme feito em casa pode virar uma sensação no Youtube e ampliar a rede de contatos de um morador de Barra do Itabapoana.
Se antes havia uma tentativa de entrar na mídia, hoje você pode SER A MÍDIA!
Tá bom, tá bom, as grandes TVs ainda são grandes e poderosas, mas acredite: as coisas estão mudando – e rápido!
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As apresentações que usamos nas três primeiras aulas estão disponíveis abaixo:
Foi um enorme prazer para a nós, da Equipe Editorial do Overmundo, dar essas aulas.
Um forte abraço a todos que participaram do projeto,
Helena Aragão, Thiago Camelo, Viktor Chagas.
Um comentário:
O DESCORTINAR, EMERGIR, INSURGIR E DESVELAR.
Já se pode desvelar a cristalização de idéias que surgiram nos centros de produção de cultura e saberes, onde cogita-se a Internet como a mais democrática e eficiente mass-média da atualidade.
O evento Eu na Web, realizado no SESC-RJ-Unidade Tijuca, oficina produzida pela equipe editorial do Sítio OVERMUNDO, articulados com projetos em funcionamento naquela Unidade do SESC(PROJETO GERINGONÇA E INTERNET LIVRE); instrumentalizou os participantes com variadas e interessantíssimas alternativas de intervenções/interações na rede e no mundo da Informação. A equipe do Overmundo(Helena Thiago e Viktor) discorreu brilhantemente sobre o vasto leque de possibilidades da WEB 2.0, o potencial da comunicação on-line, modelos multi-mídia de produção de conteúdo, e disponibilizaram informações sobre sítios colaborativos.
A partir daí podemos iniciar uma reflexão.
Um movimento de multiplicação de iniciativas como esta, provocaria uma interatividade de espectro universal, parafraseando a banda de rock Titãs- Tudo ao mesmo tempo agora. Poderíamos vivenciar a teoria da Sincronicidade. No mundo Espiritual abrem-se portais dimensionais para purificar e elevar a psicosfera planetária. No plano físico surgem possibilidades de interatividade total entre os homens.
O Samba, ícone mais evidente da Cultura brasileira(Com o advento da Bossa-nova; de outras culturas também) teve suas orígens em ritmos musicais diferentes como o Lundu, Semba e o Jongo. Muitas influências geraram a Energia artística que cuida, expressa e elabora sentimentos e anseios da maioria do povo brasileiro.
Em um momento já bem mais próximo a Música Instrumental Contemporânea de boa qualidade(A de má qualidade são os plágios, as pseudo-releituras e falsas versões) surgiu com experimentos de Música Eletro-acústica, Música Serial, Atonalismo, elementos Clássicos, Jazz, Rock, Funk e Música afro-caribenha como substância experiencial. Surgiu então uma linguagem libertadora, com alternância de execuções rítmicas, de leitura de acordes, escalas e tons; produzindo beleza e provocando o refinamento da sensibilidade para um novo momento de criações artísticas como o elemento denominado'Fusion', e o 'Cross-over'. Hermeto Paschoal, Miles Davis e John Cage, em suas obras,sintetizam bem esse Movimento.
Parabéns Overmundo, participantes da Oficina Eu na Web e todos os Sítio colaborativos do "Bem", vocês são as raízes amalgâmicas da cultura de comunicação de massa, do 3º milênio. Assim, surge na rede, soando em uníssono, a retórica de Aristóteles e, registros de Griot's Africanos.
Mas afinal. Cultura é um conceito Antropológico?
Sds RICARDO CARVALHO
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