OLÁÁÁ!!! GERINGONCEIROS!

Se você é poeta, músico, ator, artista plástico, dançarino, aspirante, produtor ou curioso e quer mostrar seu trabalho, estabelecer contatos e somar, venha para o Redemoinho Artístico! E quem sabe mostrar o resultado disso no Amostra Grátis. Reuniões sempre às sextas, 17horas! no SESC Tijuca. Contato: tijuca.geringonca@sescrio.org.br

26 de set. de 2009

Relato do Grupo Gomo

Workshop de criação artística e audiovisual- Gomo

Os artistas do grupo Gomo ministraram oficinas de arte no SESC tijuca, durante as quintas-feiras entre quatro de junho e trinta de julho. Nestes encontros todos os inscritos puderam experimentar da parte teórica, através de conversas diretas, projeções fotográficas, vídeos e textos. E da prática, tendo em mente o objetivo final, que seria uma exposição no Projeto Geringonça de toda a produção desenvolvida durante as oficinas.

No primeiro encontro, no dia quatro de junho, os artistas do Gomo apresentaram suas linhas de trabalhos individuais e do próprio grupo, dando destaque para a experiência positiva de se trabalhar em conjunto. Os alunos se apresentaram e falaram de si e suas expectativas para o curso. Foram abordados vários aspectos da arte contemporânea e seus principais expoentes. Uma abordagem rápida daquilo que iria seguir durante as oficinas. Na práxis, os alunos realizaram uma dinâmica com um trabalho de intervenção urbana do Gomo, o “Gente pisando em gente”, onde a crítica sobre o comportamento cotidiano é questionada. Silhuetas confeccionadas em material EVA, a partir do desenho dos corpos dos próprios alunos, em diferentes expressões, expostos pelo chão, sugeriram diversas indagações. Tal proposta cogitou a possibilidade de se provocar o olhar indiferente ou passivo dos transeuntes, onde o outro pudesse de alguma maneira se reconhecer nessas formas e estabelecer alguma ação ou reflexão.

Na oficina seguinte, Adeildo Roriz (Magoo), um dos integrantes, aplicou a oficina ‘colagens’. No primeiro momento, os participantes sentaram-se em círculo e ouviram a explanação sobre o conceito do trabalho. O artista pôde falar e mostrar alguns trabalhos realizados com esta técnica. Durante a explanação, fotos de alguns trabalhos estavam sendo projetadas, de maneira que os participantes pudessem visualizá-las. Após esta conversa, foram apresentados os materiais que poderiam ser utilizados na parte prática. Foi sugerido como mote para o primeiro trabalho, a situação de crise política vivida no país. Os participantes deveriam criar intervenções, através de colagens, sobre caixas de leite. O tema sugerido foi ‘leite Senado’. A partir desse momento formaram-se duplas de trabalho e partiram para a primeira etapa que seria a montagem da intervenção, e, logo após os recortes e as colagens propriamente ditas. Surgiu então o trabalho ‘leite senado’, que recebeu críticas positivas durante a exposição. Para as duplas que terminaram os trabalhos dentro do horário da oficina, fora proposto um trabalho individual, onde o participante faria colagens em saco de pão, utilizando alguma mensagem recebida via celular. Desta forma, desenvolveu-se a oficina de colagem, com ótima participação dos inscritos e com bom resultado final dos trabalhos.

No dia vinte e cinco de junho a oficina em voga foi sobre performance. Joto iniciou falando sobre tema. Realizou uma espécie de dinâmica que daria o prompt para a criação de um tema individual de performance. Paralelamente, foram realizadas filmagens da aula a fim de utilizarmos o material como vídeo para ser apresentado. Essa idéia não deu muito certo, e ficamos apenas com a experiência da filmagem em sala de aula. De maneira geral a oficina funcionou bem. Houve até um debate sobre o que podemos classificar de performance artística ou performance teatral. Colocamos exemplos e no final a turma foi dividida em duplas para pensar numa proposta utilizando objetos do cotidiano que haviam trazido consigo para a oficina, linkando com a dinâmica apresentada pelo Joto.

Oficina de Stencil – Ministrada por Horácio Dutra

No primeiro momento houve projeções de trabalhos feitos pelos precursores desta arte aqui no Brasil, ainda nos anos 60, influenciados pelo movimento estudantil francês no período de ditadura, mais precisamente em São Paulo.

Mostraram-se, então, algumas obras de artistas como Alex Vallauri, o maior expoente e de grande importância para o desenvolvimento do stencil nacional e referência para os artistas da segunda geração.

Em seguida, os alunos puderam experimentar a técnica do stencil em que a partir da elaboração de diferentes desenhos transformados em máscaras, espécie de matrizes, gabaritos de formas vazadas, com o uso de sprays, eram tingidos sobre papel jornal. Surgiam múltiplas imagens... algumas geométricas, iconográficas, outras mais expressivas. Enfim, uma grande variedade de trabalhos criativos foram realizados pelos alunos, com a arte do stencil, mostrando que essa arte pode ser uma interessante ferramenta de inúmeras possibilidades visuais.

No dia nove do mês corrente, a oficina foi ministrada pelo Julio Ferretti e o assunto foi vídeoarte. Foram citados trabalhos que constavam do livro ‘vídeo arte’ da editora Taschen. Conversamos sobre alguns trabalhos que constavam no livro. Ocorreu uma discussão promissora sobre vídeoarte, curtas e longas holiwoodianos e a dificuldade em como saber distinguir cada um deles. O debate se alongou sobre possibilidades da expressão da arte através do vídeo. Colocamos em prática o primeiro vídeo tendo em mente a apresentação quadro a quadro, com a câmera fixa, pegando takes do mesmo ambiente, mas fazendo a movimentação do personagem. O segundo vídeo foi elaborado com inspiração em um dos trabalhos que estava no livro, onde projeta-se a imagem do personagem sobre um determinado suporte, direcionando a filmagem para a projeção. A experiência com as produções momentâneas foi bastante positiva, os trabalhos vincularam a criatividade do grupo com a preocupação com a qualidade final.

No dia dezesseis de julho a oficina foi sobre escultura. Flávio Villanova começou com a parte teórica, falando da história escultórica desde o período Helênico grego até os dias atuais. Citando e mostrando imagens através de livros de artistas como Michelangelo Buonarot, August Rodin, Degas, Kurt Schwitters, Pablo Picasso, além de Sérgio Camargo e outros brasileiros construtivistas e neo-construtivistas. A explanação de diferentes aspectos estéticos de várias épocas, gerou um amplo debate neste campo. Na parte prática foi utilizado material reciclável trazido pelos próprios alunos. Colando, cortando e aglomerando, os objetos tridimensionais surgiam de acordo com a percepção dos participantes.

No dia vinte e três de julho a oficina teve como intuito a reavaliação dos trabalhos feitos no decorrer das aulas. Uma crítica sobre a produção, as técnicas e conceitos foi proposta a fim de uma avaliação séria e consistente sobre arte. A segunda etapa foi como seria montada a exposição no SESC. Foi proposta à turma a incumbência de avaliar o local e elaborar a melhor forma de expor. Numa discussão construtiva e incentivando o pensar coletivo concluímos a montagem final. Os alunos vivenciaram todos os aspectos do fazer artístico.

19 de set. de 2009



Relatório Jogo Coreográfico

Relatório de Atividades Oficina Jogo Coreográfico – SESC Tijuca

Direção Lígia Tourinho
Assistente Carol Boa Nova



O Projeto Jogo Coreográfico é uma proposta interativa e divertida sob estrutura e forma de jogo com o objetivo de construir danças. Consiste em uma prática criativa: um processo de criação que não se esgota com o produto, a obra que é o próprio processo, valorizando a experiência viva e a manifestação das singularidades.
Este Projeto deu início a Oficina no SESC Tijuca no dia 13 de agosto de 2009. O objetivo da oficina foi apresentar o conteúdo pedagógico do Jogo Coreográfico, explorar o fenômeno da composição coreográfica e desenvolver a montagem da Performance Jogo Coreográfico com os participantes da oficina, por isso esta atividade possui uma característica de Oficina/Montagem.
O grupo de inscritos apresentou um perfil diversificado, composto por artistas profissionais e artistas por amor, amadores; jovens, adultos e representantes da melhor idade. Um grupo tão diverso unido por um mesmo fim, a construção de danças. A proposta do Jogo Coreográfico demonstrou-se capaz de absorver este grupo eclético respeitando as necessidades e especificidades individuais.
Ao longo das atividades realizadas durante a Oficina temos percebido que as propostas de dança dentro de um contexto de improvisação e interatividade acontecem em um ambiente de descontração e diversão e também atingem o campo do entretenimento através da dança. Os participantes se divertem construindo danças, compreendem algumas das ferramentas da composição coreográfica, experimentam suas próprias poéticas e vivenciam um fluxo grande de idéias coreográficas e possibilidades.
Nossas atividades também possuem a função de disseminação do conteúdo da dança enquanto área de conhecimento respeitando as individualidades dos intérpretes, bem como valorizando uma cultura de pesquisa de movimento e não de passos, códigos e modelos, respeitando assim a diversidade dos participantes e valorizando suas habilidades e poéticas individuais.

Relato Pague e Leve




RELATÓRIO – Exercício Coletivo
Residentes: Coletivo Pague Leve



Primeira impressão:

Ficamos muito surpresos com o acolhimento da equipe do Geringonça. Tanto na parte estrutural quanto a afetiva. Sentimos em casa, tendo o prazer de sermos escutados e nossas propostas acatadas com tanta naturalidade.
Desde o princípio, quando o SESC nos convidou para residir no Redemoinho Artístico, pensamos em trazer a metodologia de colaboração e auto-gestão criativa que usamos em nossos trabalhos a favor da troca que íamos estabelecer com os artistas e seus materiais.
Impressionou a disponibilidade de pessoas tão jovens, que inicialmente poderíamos fazer uma leitura de imaturidade, mas que caiu por terra quando conhecemos os artistas, que mesmo apesar dos fluxos rotativos e impermanência do grupo maior, um grupo mais seletivo foi sendo formado e com essa constância que estabelecemos para trabalhar, nós conseguimos entender melhor a língua deles e eles a nossa.
Como a identidade do projeto faz com que ele tenha esse caráter de multi linguagens, o que permite que pessoas com todo tipo de bagagem profissional/experiencial possam participar, vimos que isso tinha a cara do Coletivo Pague Leve, essa generosidade (do projeto, dos membros do projeto, produtores /estagiários, os artistas e o próprio público) nos moveu a abrir com os artistas e com o público nossa metodologia e construir algo mais complexo, que é lidar com todos os materiais dos artistas (tanto seus trabalhos, quanto suas idéias, suas disponibilidades e seus corpos) e potencializar seus próprios trabalhos e também suas próprias buscas.


TUDO É CENA!
Ponto de partida para criar e agir.


No primeiro dia, realizamos uma espécie de jogo relacional muito simples. Todos nós criamos um mapa de apresentação pessoal. Uma forma física de se apresentar, sem necessariamente ser convencional. Ao invés de conhecer as pessoas dentro das conquistas, realizações ou produtividade deles, queríamos conhecer como elas se enxergavam e como isso poderia ser um ponto de partida interessante cenicamente.

Nesse dia, chegamos a conclusão do quanto a simplicidade e a responsabilidade conjunta fazem com que a cena se sustente.
Criamos a ferramenta de que tudo é cena.

Assim foi iniciado o processo de sustentabilidade da cena por meio de:

ações simples
improvisações
relação com objetos (que serviam como links para que a cena prosseguisse ou mudasse de rumo)
material de cada um (música, vídeo, corpo, poema, fala).


CENA GALERIA
Formato da apresentação do dia 28.


Nosso desejo é que esses encontros fossem alavancas para a criação dos artistas e um caminho verdadeiro de colaboração e interatividade por todos os lados.
Nossos três encontros foram experimentais, e não apenas preparativos ensaiados para se chegar a algo pronto.
Partimos da imagem de uma exposição numa galeria. Os artistas escolhem num primeiro momento um lugar no espaço e delimitam esse lugar. O público escolhe o que quer assistir, e em que momento assistir.
Isso promove uma liberdade de escolha em diversos aspectos, da parte do artista, que delimita o tempo, o espaço e o que ele quer mostrar (assim eles têm a possibilidade de mostrar seu material original) e da parte do público que tem passe livre pela cena.

No segundo momento o jogo está lançado, e os artistas disponibilizam seus materiais para que juntos possamos reverter, somar, contrapor com tudo que está em cena.


AGENTE VIP – Passe livre para intervir na cena.

Criamos essa outra ferramenta para que o público tenha a opção de virar um agente do que está inicialmente apenas assistindo (para que o público possa ser artista na cena).
Este passe era entregue aos publientes que comprassem uma dança no cardápio da performance do Pague Leve.




CONCLUSÕES FINAIS


A pegada do grupo residente dá o tom de construção do Redemoinho Especial (sarau, show/ performático, cênico).