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15 de dez. de 2008

Oficina: Interferências e irreverências

A oficina interferências e irreverências foi uma agradável experiência. Por diversas razões, que vão desde o prazer que tive em ministrá-la, ao resultado positivo junto aos alunos. Por se tratar de uma oficina inédita, permitiu-me aprofundar meus conhecimentos sobre práticas artísticas relacionadas à intervenção, e intervenção urbana, área em que venho me exercitando como performer, possibilitando-me assim, um rico aprofundamento dentro do meu próprio metiér. Fiz uma ampla pesquisa sobre diferentes exemplos de intervenção urbana pelo mundo, desde grafite, performances, a stickers, ações quase invisíveis e body art. A idéia era traçar um painel heterogêneo de exemplos a partir do conceito de intervenção, seja na cidade, num museu ou no próprio corpo; uma vasta curadoria, que teve, porém um foco principal, ou seja, ações que fossem irreverentes, que trabalhassem no terreno do humor, que lançassem mão de procedimentos cômicos. Essa pesquisa traduziu-se, sobretudo em imagens, cerca de 400 fotos de trabalhos variados de artistas de todo o mundo. Além desse material, apresentei à turma o meu trabalho autoral A Bailarina de Vermelho. Com esse personagem venho praticando performances e intervenções em diferentes lugares e circunstâncias há cerca de um ano. Exibi, além de fotos desse percurso, alguns vídeos meus também sobre o assunto. Embora a turma fosse reduzida em termos quantitativos, em termos qualitativos acredito que a oficina tenha sido uma experiência proveitosa para os que a acompanharam. Pude perceber a curiosidade e interesse que essa prática, tão em voga, porém por enquanto ainda pouco estudado, pode despertar na turma. Há muita informação sobre o assunto, porém de maneira dispersa e não completamente formalizada. A oficina se prestou a propor um recorte sobre o tema, e acredito que tenha estimulado não só a curiosidade como a criatividade dos alunos. Além do trabalho da Bailarina de Vermelho, nos debruçamos sobre o trabalho de artistas de diferentes procedências tais como: Banksy, Orlan, Christo, Aakach Nihalani, Coletivo Poro, Pôster Boy, Eric Doeringer e artistas das vanguardas do início do século XIX, como o futurista Marinetti e Marcel Duchamp. Depois de extenso material apresentado e muita discussão a respeito defini junto ao grupo quais seriam as ações a serem trabalhadas para nossa apresentação final dentro do evento Geringonça, buscando procedimentos que mais tivessem identidade com a turma. A questão da irreverência foi um norte para nós desde o início, outro ponto que nos norteou foi o afeto, a idéia era propor um trabalho que se relacionasse de maneira afetuosa e lírica com o espaço, o evento e com o público. Assim, listamos algumas ações e batizamos nosso grupo como Abraço Grátis, cuja ação principal se baseava em promover um abraço coletivo às 20h entre artistas, produtores e público do evento. Além dessa ação distribuímos livros e quadros grátis, espalhados pelas dependências do SESC, cartas anônimas convidando para o abraço, uma árvore de desejos, poemas e palavras espalhadas por lugares inusitados. Infelizmente devido a um acidente de carro na última hora eu não pude estar presente no evento, justamente no dia da apresentação final do grupo, mas tive a oportunidade de conversar posteriormente por email com alunos que me deram boas notícias da experiência, como o depoimento do aluno Sandro Gomes comprova: “Gostamos muito da experiência e já estamos planejando uma intervenção agora para dezembro em algum espaço público aberto. As idéias está pipocando... “.

Aproveito a oportunidade deste registro para agradecer o convite feito pelo SESC Tijuca através da Sra. Patrícia Oliveira. Acho louvável a incitativa de promover um módulo de oficinas voltado à prática da intervenção, e pelo que pude saber a curadoria dos cursos me pareceu bastante interessante, abrangendo propostas variadas como intervenção sonora, pintura de painéis e, o meu trabalho de base mais performático-teatral. O SESC tem apoiado inúmeros trabalhos meus ao longo da minha carreira como artista, seja como atriz, diretora ou autora, e é sempre uma grande satisfação poder contar com esta parceria. Graças a esse convite hoje tenho uma oficina pronta que posso desdobrar em outros trabalhos, apresentar em outras circunstâncias e que, inclusive me ajudou a definir o tema da minha monografia de final do curso Teoria do Teatro pela UNIRIO, curso que finalizo em 2009, o tema interferências e irreverências certamente estará presente, talvez, inclusive, seja o próprio tema da tese. Além disso, como artista, a oficina me proporcionou um aprofundamento muito enriquecedor no meu próprio trabalho e em meu métier. Obrigada por essa oportunidade, que considero um presente, o SESC e o Projeto Geringonça podem contar comigo, e parabéns pela iniciativa. Tenho certeza que muitos alunos saíram fortemente marcados não só da minha classe, como das outras oficinas oferecidas pelo Projeto Geringonça.

Alessandra Colasanti

Dezembro de 2008

Um comentário:

Unknown disse...

viva o genringonça 2009